Confissão de Fé Batista de 1689

Confissão de Fé Batista de 1689
Um exposição objetiva da Palavra de Deus contra as falsas teologias

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Como Tornar Jesus Desnecessário

"Não tenho prata nem ouro... mas o que tenho te dou... Jesus!" (At 3.6)

Tais chamados são muitos e variados: "você que está sofrendo!"; "você que tem crises financeiras"; "você que ouve vozes", "você que tem problemas na família" etc.

Esse "anúncio evangélico" tem uma aparência de piedade e libertação, mas é um desvio doutrinário, um engano teológico, além de uma grave deturpação do Evangelho e rebaixamento da pessoa de Jesus Cristo.

Sim. É isso mesmo. Veja bem. Ao apresentar tal "anúncio evangélico", como na Teologia da Prosperidade, com seu discurso: "venha para Jesus para ser feliz, próspero e bem-sucedido", tais anunciadores talvez nem percebam, mas estão ultrajando e rebaixando o nome do Senhor.

Parece loucura? É, pode parecer, mas não é. Duvida? Então vejamos. Imagine um grande empresário, bem-sucedido e próspero ao ouvir tal anúncio. Ele pensa consigo mesmo: "Bem, eu já sou rico, bem-sucedido e próspero. Não preciso desse Jesus e de seu evangelho!"


Imagine novamente esse mesmo discurso, agora apelando à harmonia familiar: "Minha família era um estrago... recebi Jesus, fui para a igreja e agora nossa família é tão unida, tão harmoniosa..." De forma semelhante, para o indivíduo que possui um relacionamento familiar naturalmente tranquilo, Jesus e seu evangelho são desnecessários.

Um evangelho apenas para socialmente frustrados
Quando Jesus e o Evangelho são anunciados como meios recuperadores de respeitabilidade e sociabilidade (como no caso dos usuários de drogas) ou para alcançar prestígio financeiro (como no discurso dos pregadores da Prosperidade), dá-se apenas munição para que o mundo continue enganado acerca do Evangelho e ainda auto-seguro na falsa doutrina.

Como? Simples: imagine o testemunho dado diariamente por milhares (talvez milhões?) de pessoas nas rádios, na televisão e nas conversas diárias. Na rádio evangélica uma jovem, em lágrimas, testemunha sua transformação no centro de recuperação da igreja; enquanto isso, no mesmo horário, um moço afirma com toda ousadia a mudança em sua vida depois que passou a frequentar a reunião carismática católica; e então vem uma senhor de cabelos grisalhos alardeando as maravilhosas mudanças alcançadas em sua família através da meditação no grupo seicho-no-ie.

Qual a conclusão lógica? Todas as religiões são iguais e todas têm afinal o mesmo alvo e alcançam a mesma coisa - o bem-estar humano. Assim, por que tanta divergência e sectarismo, quando tudo no fim dá no mesmo? Afinal, todas as formas religiosas não se mostram úteis e eficazes?

Aí está, caro cristão, a desgraça maior para a Fé Evangélica: perder seu caráter exclusivista (Jo 14.7) ao ser entendida como mais uma dentre outras.

Portanto, esse tipo de "anúncio evangélico", que tem ludibriado numerosos grupos de pessoas com seu apelo tão forte e sedutor, mas destituído de um claro entendimento da Palavra de Deus, revela-se na verdade uma negação do Evangelho.

Por quê? Porque ninguém precisa ser cristão para ser rico - que o digam os sheiks árabes! E porque ninguém precisa vir a uma igreja evangélica para sentir-se bem - que o digam os astros de hollywood e as multidões que se esbaldam em seus espetáculos. E porque ninguém precisa torna-se cristão para deixar de ser pobre e endividado. As loterias podem fazer isso! E também as políticas estruturadas de governos socialmente engajados. Porque ninguém precisa da Igreja para deixar o vício - os alcoólicos anônimos espalhados pelo mundo todo podem confirmar nossa tese.


O evangelho relevante para todos
A maior dificuldade, além da ignorância revelada por parte de quem se vê atraído por tal engano, jaz no fato de que esse desvio se mostra profundamente religioso e social, ao lidar com o poder envolvente e sedutor da religião na vida do homem, além das grandes vantagens psico-sociais inerentes não apenas ao discurso modelador, mas também ao pseudo-suprimento de certas necessidades humanas.

Vemos todos os dias e praticamente em todos os lugares esse discurso se espalhando numa enxurrada dilúvica. Seu discurso jaz no imaginário popular e, por isso mesmo, sua absorção é certa e líquida. Daí quase não haver qualquer resistência em lugar algum - e é precisamente aí onde mora o perigo.

Se alguém quiser revelar a desnecessidade de Jesus e do Evangelho, basta apresentá-los como meio para se alcançar aquilo que pode ser alcançado por outros meios disponíveis por aí. Contudo, o valor de Jesus e do Evangleho revela-se exatamente no contrário: alcançar aquilo que ninguém e nem outra coisa qualquer jamais poderiam: a reconciliação com Deus, o perdão do pecado, o novo nascimento, a vida eterna: o caminho, a verdade, a vida (Jo 14.6). O verdadeiro Evangelho revela-se também na sua Absoluta Exclusividade.

Qualquer outra forma de anunciar o evangelho é, na verdade, perversão e corrupção. É tornar Jesus e seu evangelho desnecesários. E não é isso o que o Espíriro Santo promove, uma vez que veio para testificar da Glória, Majestade, Unicidade, imensurável Necessidade e Infinita Exclusividade de Jesus!

Portanto, toda a Glória a Jesus!

Um comentário:

  1. Glória Deus! Pensei que só eu percebia os abusos contra Fé praticadas por essa falasa igrejas e pastores da televisão. Aleluia! Parabéns. Que Deus abençoe o irmão.

    ResponderExcluir